Você já topou ir a um lugar que não queria ir, só pra não parecer mal-educado? Já disse “claro que sim!” quando, por dentro, sua alma gritava “PELO AMOR DE DEUS, NÃO”? Ou aceitou mais uma demanda no trabalho enquanto sua vontade era simplesmente respirar?
Se você se identificou… bem-vindo! Você pode estar sofrendo do mal silencioso dos “bons demais”.
Gente que sorri enquanto engole sapo — e que coleciona pequenas traições contra si em nome da harmonia, do afeto ou da aceitação.
Mas por que, afinal, é tão difícil dizer não?
Porque o “sim” esconde um conflito. Dizer “não” parece simples: é uma palavrinha de três letras, mas, para muita gente, ela pesa como se estivesse negando o próprio valor.
Porque, para alguns, dizer “não” soa como rejeitar ou pior: temer ser rejeitado.
E é aí que mora a encrenca! Não se trata apenas do que o outro vai pensar, mas do que você acha que precisa ser para ser aceito.
Se você aprendeu, desde cedo, que precisava agradar para ser amado… então dizer “não” pode soar como risco de abandono. Sim, a psicanálise fala disso. E não, você não está exagerando…
Há um medo por trás da negação…
Muita gente teme que, ao dizer “não”, o outro vá se magoar, se afastar, deixar de gostar. E aí vem aquela sensação: “melhor eu ceder do que ficar sozinho(a)”.Mas… a que custo?
Você se engole, se anula, se silencia — tudo isso para manter uma imagem que te preserve do desconforto, só que essa imagem vai virando um papel. E você vai desaparecendo dentro dele e a conta chega! Você aceita o favor. Aceita o convite. Aceita o acúmulo. Aceita até o que não deveria, e um dia, sem perceber, você começa a ficar irritado com o outro, quando, na verdade, está cansado de não se escutar.
Surge a exaustão, o cansaço que não se resolve com sono, a vontade de sumir, ou aquele famoso: “ninguém me valoriza” — que, às vezes, esconde o fato de que foi você quem não se colocou em primeiro lugar.
O “não” também é forma de amar. Dizer “não” não é rejeitar o outro. É aceitar a si. É dizer: “eu existo, tenho limites, e eles também merecem ser respeitados”.
O “não” verdadeiro vem de um lugar de cuidado, o cuidado consigo e com o outro. Porque relações saudáveis não se sustentam na omissão, mas na honestidade. E porque quem se anula para agradar, aos poucos, deixa de ser alguém que o outro pode amar de verdade.
E aí… como aprender a dizer “não” então? Comece com uma pergunta: Por que eu me sinto tão mal quando me coloco em primeiro lugar?
Essa pergunta não se responde com frases prontas. Ela se responde com escuta. Escutar de verdade: sua história, seus medos, suas repetições, seus afetos.
A análise pessoal ou podemos chamar para fins conhecimento de psicoterapia é esse lugar! Não pra virar uma pessoa “egoísta e fria” como às vezes se teme, mas pra ser alguém inteiro, que se escuta antes de se doar, alguém que aprende a dizer “sim” com vontade, e “não” com paz.
Porque no fundo… não é sobre dizer “não”. É sobre deixar de dizer “sim” para tudo — menos para si. E você? Já pensou em escutar o que está por trás dos seus “sim” automáticos? Agende uma consulta e vamos falar mais sobre isso…
Evelin Costa CRP 06/147008
Psicóloga Psicanalista
Contato: (11) 96473-8075